domingo, 27 de novembro de 2011

Ensaios-Dias de chuva- Sol nos abismos da alma

Dias de chuva
O tempo passa lentamente...
A chuva cai, hora devagar, hora furiosamente... O homem, aprisionado dentro de si mesmo, confinado em um abrigo que o protege das intempéries, mas exposto ao lento passar do tempo.
Quando não se pode fugir só há um caminho, a luta aberta. O tigre acuado lança-se para morrer sobre as armas dos caçadores, a fera, por mais mansa que seja ruge em desafio quando não pode escapar, investindo contra seu oponente, instintivamente. E a chuva cai aprisionando o homem dentro de si mesmo. Contra quem lutar?
E o tempo passa lentamente...
A chuva cai, hora devagar, hora furiosamente... O homem, olhando para dentro de si mesmo, livre em um abrigo que o protege das intempéries e saboreando o lento passar do tempo.
Reflete sobre a vida, percebe que não há fuga, só o caminho da luta aberta. O tigre prevenido lança-se sobre os caçadores antes que lhe apontem suas armas, a fera, por mais que seja mansa ruge em desafio quando instintivamente percebe perigos a lhe rondar, e ataca, e escapa antes de ser domada. E a chuva cai ensinando lições ao homem...
Ter a força da fera, a coragem do tigre, perguntar a Deus, ouvir a resposta e agir conforme a vontade do Criador, a chuva contou ao homem, mas nem todos souberam ouvi-lá.
O tempo passa lentamente e o homem faz escolhas no correr das horas, no avançar do tempo, na vida que se tem para viver.




Sol nos abismos da alma

Um Sol brilha na escuridão da noite, sua luz cega criaturas aladas, malfazejas, demônios das sombras. Entre pragas, urros horríveis e maldições, o Sol intensifica seu brilho e seu calor se expande até as fendas mais profundas, invadindo cavernas tenebrosas indiferente às maldições lançadas por mil bocas malditas, mil criaturas malditas.
A luz me alcança no fundo de um abismo, mas eu não sou um demônio a me esconder nas trevas, sou apenas um homem aprisionado na escuridão, escravo de meus medos, meus pecados, escravizado e acorrentado por mil demônios, mas o Sol da noite... Finalmente a luz onde só havia dor, lágrima e solidão, a luz para os esquecidos, para homens caídos como eu.
Que luz é essa, de onde vem esse Sol?
Ele vem do coração dos fortes e dos fracos, o Sol da noite, aquele a quem os sábios chamam de Esperança, um sentimento adormecido no fundo do peito de todos os homens. Nos abismos mais profundos, clame por Ele, no negrume da alma, deseje-o. Ante o intransponível, rogue a Ele. Quando a tempestade fizer o céu tremer no horizonte, abrigue-se Nele, e quando o vendaval te surpreender, quando estiver navegando e a calmaria tornar-se de repente em ondas monstruosas, se entregue a Ele. O Sol da noite, a quem os sábios chamam de Esperança, os homens de fé, os homens para quem o futuro reserva um reino de gloria e felicidade, estes o chamam de “Deus”.

Lutar e vencer-se
Lutava comigo mesmo, e estava perdendo. A quem venceria então? Se a vida é uma luta constante, quanto desespero ao ver-me derrotado por mim mesmo... No entanto, no auge da dor, do medo, caído em trevas, em pranto e ranger de dentes, meu amigo interior me disse: A consciência de saber que a primeira e maior luta é consigo mesmo já te tornas um vencedor, veja a ti mesmo como vitorioso e assim serás.
Roberto C. G. Nascimento (Betão).
Jornalista Reg. Profissional
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